Olá, Quinados!
Finalmente terminei de ler o último RPG que adquiri (é, mais um...) e venho falar dele um pouco!
Trata-se de Mouse Guard, baseado na série de banda desenhada homónima de David Petersen! Antes de entrar no conceito e sistema de jogo tenho que louvar o objecto que é o livro em si: hardcover e papel de óptima qualidade, onde podemos ver as belas ilustrações de Petersen em quase todos os pares de páginas. Tem um formato quadrangular que encaixa com o formato das bandas desenhadas... em suma, muito bonito, por si, vale o preço do jogo!
Finalmente terminei de ler o último RPG que adquiri (é, mais um...) e venho falar dele um pouco!

O CONCEITO

Note-se que os restantes animais não são mais inteligentes do que é normal. No entanto, além dos ratos, também as doninhas são sapientes e desenvolveram cidades. Mas estas são um reflexo negro dos ratos, extremamente violentas e gananciosas, tendo já invadido Os Territórios anteriormente para escravizar os ratos. Guerra eclodiu entre as raças e por agora não se encontram na região.
Os deveres da Mouse Guard consistem em patrulhar e desbravar os caminhos entre cidades, escoltar viajantes, caçar predadores e resgatar ratos em apuros, entre outros...
Resumindo, podemos ser ratos com espadas! Quão mais fixe poderia ser?
O SISTEMA
PERSONAGENS- Antes de mais nada preciso dizer que as estatísticas mais importantes de cada personagem não têm números! São o Belief, Goal e Instinct! O Belief (crença) é um slogan que define aquilo de mais importante para o personagem; a Goal (meta) varia todas as sessões e é um objectivo pessoal para aquela sessão; por fim o Instinct é uma reacção habitual do personagem, como sempre se colocar entre o perigo e os companheiros. Se os jogadores conseguirem ligar estas características com a estória, ganham fate points para utilizarem na sessão seguinte. Fate points permitem adicionar dados extra a checks.
TURNOS- Uma sessão de Mouse Guard segue uma estrutura pouco habitual. Primeiramente temos o turno do GM: nesta fase o Mestre apresenta a missão à patrulha e quais os objectivos a cumprir. Em seguida, e ainda dentro do turno do GM, a patrulha vai tentar ultrapassar os desafios impostos pelo Mestre para alcançar a sua missão. Nesta fase, os jogadores precisam seguir a narrativa imposta pelo mestre: nada de fazer compras, descansar ou evitar os obstáculos encontrados, têm de os ultrapassar: a estória é moldada pela narrativa do mestre!
Terminado o turno do mestre, entramos no turno dos jogadores. Aqui são os ratos protagonistas que moldam a estória! Cada jogador tem direito a uma jogada sua, uma adição que o jogador vai fazer à estória: por exemplo, se um jogador fez algum inimigo durante a viagem no turno do GM, pode usar a sua jogada para o confrontar no turno dos jogadores; ou se se feriu pode usar a sua jogada para se curar, etc... No turno dos jogadores, o mestre tem apenas um papel mediador e reage ao que os jogadores querem fazer para avançar a estória!
Uma sessão de três, quatro horas é o suficiente para um turno de Mestre e um de jogadores, mas é possível haver vários turnos na mesma sessão ou deixar turnos em to be continued para a sessão seguinte.

FALHAR CHECKS- O bonito do sistema é que quando um jogador falha um check no turno do Mestre, a acção não é falhada. O GM nessa situação tem duas opções: ou deixa o rato suceder mas com uma condição (como ferido, cansado, irritado, etc...) ou introduz um twist à sua escolha na estória!
Exemplificando: A patrulha está subindo um tronco para alcançar o que quer que seja no cimo da árvore e um dos ratos falha o climb check, o GM aí escolhe: ou o rato alcança o topo junto com os companheiros mas ganha a condição cansado ou o Mestre resolve introduzir um twist e narra que o rato cai do tronco mas antes de atingir o chão é agarrado por uma coruja que passa voando e o leva para o ninho (consiguirá ele enfrentar a coruja até o resto da patrulha o socorrer?)... De qualquer forma a estória contínua!
CONFLITOS- Quando é necessário resolver um conflito, utiliza-se a seguinte fórmula, independentemente do tipo de conflito: combates, perseguições, discussões, etc... o que varia são os skills utilizados. No início de um conflito cada lado escolhe um objectivo, pode ser apanhar um rato para o comer no caso de uma raposa, ou, convencê-los a contar onde nos esconderam o equipamento contra ratos ladrões. Depois cada lado rola Disposition, isto é o equivalente aos hit points no desafio, e o objectivo é reduzir o total do lado oposto para zero! Existem quatro acções num desafio: attack, defense, manouver e faint. Ambos os lados escolhem em avanço e em segredo três turnos de acções (por exemplo, attack, manouver, attack). Conforme o que cada lado escolheu temos um resultado cada turno: pode ser retirar Disposição ao oponente, ganharmos Disposição ou anular a acção do oponente. Mas para o vencedor nem tudo são rosas! Se o lado perdedor tiver conseguido tirar Disposition do vencedor durante o desafio, pode exigir um compromisso. E quanto mais Disposition tiver tirado maior pode ser esse compromisso! Por isso não adianta vencer um desafio, quer-se sempre vencer com a menor perca possível de Disposition!
UFA!
A sério, não acredito que tenhas lido até aqui. Não tens nada melhor para fazer do que estar a ler

P.S. é muiiiito provável que tenham achado confusas as minhas tentativas de explicação do sistema (principalmente o Darth Gostoso que é meio lento)! Se tiverem dúvidas perguntem à vontade, que tento explicar melhor!
Espero que já tenhas preparada uma aventura.
ResponderEliminarAgora tou com vontade de testar isso.
Excelente review e apesar de ter outros jogos do mesmo game designer (o Luke Crane do Burning Wheel) ainda só não o comprei pelo efeito negativo que o jogo provoca: afasta os jogadores de RPG que têm aversão de interpretar animais antropomórficos, especificamente os com espadas.
ResponderEliminarHás-de postar aqui como correram as sessões e espero que quando organizarem um Dia do RPG eu possa ir aí jogar isso. :)
Ya também quero experimentar isso. Eu já "called dibs" a jogar com um rato albino com olhos vermelhos chamado Ghost, por isso não se ponham com ideias... E ya são ratos com espadas, AWESOME!! O que? Não me digam que preferiam antes Dire Wolves com espadas??!!
ResponderEliminarAfastar curiosos?!?
ResponderEliminarO que mais poderia chamar a atenção de meninas do que um jogo com ratinhos fofinhos? Comecem a fazer plushes e logo vêm... resmas! :D
PF já pensaste na voz que vais fazer para o teu ratinho? :p
A voz do meu ratinho vai ser uma voz máscula e viril ahahahaha
ResponderEliminarEntão mas... achas que és capaz de fazer uma voz assim? :D
ResponderEliminaropa!
ResponderEliminarincluam-me nessa!
quero incluir "interpretar ratinhos" em meu currículo!
A voz deve ser parecida com a de uma certa espada...lol..."Fulgore"(note-se que tem k ser dito com uma voz bem masc...ou melhor FEMININA...)vá PF admite, tens saudades do dadinho cor-de-rosinha...:p
ResponderEliminarA minha espada...a Spark era um malho... e tinha voz feminina graças a um certo DM (que como não jogou às bonecas na infância, tinha de se divertir com isso...:P ), apesar de dizer lá especificamente que eu é que a criei e escolhia os traits. O DM só não gozava com ela quando Warforged Titans caíam assim por terra num ápice ou quando andava a bofetada com dois werewolves e eles a levarem lightning damage assim à bruta!!
ResponderEliminarO teu comentário demonstra bem que já ultrapassaste isso... ou não... :p
ResponderEliminarVá, tens de admitir que o dado era bem bonito!
Ah, e é bom lembrar que a Spark(y) também vibrava com o teu sucesso... Eu estava lá e ouvi muitas vezes: "Boa Fulgore!", "Mostra-lhes como é Fulgore!" No fundo, uma companheira... Melhor, melhor só mesmo: "Oh, mas já não gostas de mim Fulgore!"
ResponderEliminarE o Mouse Guard ganhou o Prémio de Melhor RPG da Origins: http://www.paragons.com.br/2009/06/anunciados-os-ganhadores-da-35-ed-do-origins/
ResponderEliminarmerecido a meu ver! diga-se de passagem que concorreu com dois pesos-pesados: d&d 4th edition e the trail of cthulhu, o mais recente rpg lovecraftiano (preciso arranjar!)...
ResponderEliminarRealmente não é fácil com esses dois concorrentes ganhar...
ResponderEliminarKissing Crimson,
ResponderEliminarTudo bem? Sou de um site brasileiro de RPG, o Paragons [www.paragons.com.br] e existem muitos interessados em Mouse Guard por aqui. Gostaria de saber se há interesse seu em publicar sua resenha lá?
Abraços
Como é? Já têm tudo pronto para começarem a jogar isso ou quê?
ResponderEliminarTenho que ler o livro e ir aí correr-vos isso? :)
Já agora, a ver se respondem ao Felipe para ele postar a vossa review no Paragons, já que fui eu que a indiquei. :D
Por nós felipe, estás À vontade. Desculpa ter demorado tanto a responder, mas estamos em época de exames, e não tem sido fácil.
ResponderEliminarQuanto a jogar mariano, ainda não começamos, mas deve estar pra breve.
Esta Review foi publicada com autorização do Crimson no blogue brasileiro Paragons: vejam aqui os comentários: http://www.paragons.com.br/2009/08/mouse-guard-rpg-uma-resenha-a-altura-de-um-rato-espadachim/
ResponderEliminarJá cá tenho a minha cópia. Sempre jogaram por aí em Coimbra?
ResponderEliminarshamefully, not yet... já terminaste o livro?
ResponderEliminarNão é por falta de vontade... jogadores não faltam...
ResponderEliminarEstou a lê-lo e devo acabar em breve. Estou ver que ainda vamos jogar isso juntos. ;)
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