Crónicas de Keldon - Episódio 2

Do diário de Keldon d'Lyrandar Bardo e Windrider da Casa Lyrandar

"Depois de falarmos inicialmente com o Joaquim, decidimos separarmo-nos para investigar mais rapidamente. Enquanto a Lady Beatrix e a Miibla foram procurar pistas na tenda do Ir'Suc, eu o Tyr e o Kratos decidimos falar com algumas pessoas do acampamento. No decorrer das conversas reparámos, que apenas alguns guardas não apresentavam sinais de cansaço, ou até indisposição. Perguntámos quem eram os guardas que tinham ficado com o turno da noite e ambos estavam meio adoentados quando falámos com eles. Comecei a formular hipoteses para uma possível conspiração no seio da guarda do Ir'Suc. Decidimos falar com a cozinheira da caravana. Uma pequena e velha halfling, provavelmente com laços na casa Galhanda, devota da Sovereign Host, disse não saber de nada de estranho, no entanto eu e o Tyr notámos que alguma coisa não batia certo naquele discurso."

"As investigações de Miibla e Lady Beatrix, mostraram-se frutiferas, pois na caravana onde viajava Ir'Suc descobriram um bilhete. A mensagem era curta, mas parecia ser uma hora, ou uma espécie de código para saberem quando atacar. Fomos interpelados por um humano, meio corcunda que dava pelo nome de Tum Tum. O pobre diabo dizia ser ele que geria o acampamento, e não tenho a menor dúvida que na sua mente conturbada era isso que acontecia. No entanto no meio da sua incoerência conseguimos manobrá-lo e ele acabou por dar a entender que as minhas suspeitas estavam certas, e que a comida tinha sido efectivamente envenenada, e que tinha sido um ataque planeado por membros da guarda do Ir'Suc. Ao ver-se confrontado com o envolvimento na traição do seu soberano, o Tum Tum desatou a correr para grande surpresa de todos nós. No entanto esse foi um erro que essa pobre alma nunca se apercebeu de ter cometido. Enquanto ainda estavamos atónitos com a reacção do Tum Tum já o Kratos carregava sobre ele para o incapacitar. No entanto o Tum TUm não era tão resistente quanto parecia, e o golpe que o Kratos desferiu, acabou por o incapacitar... definitivamente."

"Enquanto avaliavamos a situação, uma pequena multidão apareceu ao nosso redor para ver o que se passava. Ao reconhecerem o corpo de um dos seus camaradas (ainda que fosse um que não jogava com o baralho todo) a multidão já se começava a exaltar. Enquanto o Tyr e a Lady Beatrix tentavam acalmar os ânimos, eu decidi escapulir-me por entre a confusão e confrontar a pequena halfling cozinheira.

Ao me aproximar, ela perguntou-me o motivo da comoção no acampamento. Eu disse que tinha ocorrido um acidente, mas que havia coisas que gostava de discutir com ela. Apelando aos meus conhecimentos da doutrina da Sovereign Host, guiei o diálogo para os malefícios da ganância, para o nosso dever de honrar compromissos, e para o valor da vida. Já lavada em lágrimas a cozinheira confessou, que tinha recebido 30 moedas de prata, pata envenenar a comida. Mostrou-me o frasco do veneno e disse que tinha sido o Joaquim a dar o veneno, o dinheiro e a ordem."

"Como havia ainda muita comoção no campo decidi dirigir-me à tenda do Joaquim para o confrontar. Quando abri a tenda, deparei-me com o Joaquim relaxado a ler um livro sentado numa poltrona. Ele olhou para mim com o ar arrogante de sempre, e perguntou-me o que se passava lá fora e qual era a confusão. Eu expliquei-lhe que estávamos a tratar do caso do Ir'Suc, e que tínhamos acidentalmente, morto um dos homens responsáveis pelo acto. Ele viu isso como uma oportunidade de virar isso a seu favor ( e a isso tiro o chapéu, teria sido muito bom plano caso corresse bem para o lado dele), e decidiu dar-me o discurso do lider ultrajado com a invasão do seu acampamento por estranhos que começaram a matar pessoas. Ele optou por me atacar, mas felizmente, a Miibla e o Kratos que estavam junto da multidão seguiram os meus movimentos e já se estavam a aproximar. Não tardou muito a estarmos todos envolvidos no combate. No meio do cruzar de lâminas, e de ordens, consegui explicar aos meus companheiros, o que se tinha passado. Ao ver que não tinha hipotese de nos derrotar o Joaquim decidiu fugir para a floresta perto do acampamento. Felizmente para nós o nariz de Miibla, seguiu o cheiro de medo e de sangue, e demos com ele facilmente. Trouxemo-lo de volta para o acampamento, e fizemo-lo confessar o que havia feito. Entre os guardas houve desagrado geral, e eu temi um linchamento. Embora fosse da opinião que ele não teria mais do que merecia por ter sacrificado homens sob o seu comando para beneficio pessoal, a Lady Beatrix apelou, uma vez mais, ao código de Galifar, que ditava que ele devia ser detido e julgado."

"Com os ânimos mais calmos, e após uma interrogação ao Joaquim que revelou que Ir'Suc havia sido raptado por membros da sua guarda pessoal, decidimos partir no seu encalço pela floresta.

No entanto, quando estávamos a fazer os últimos preparativos para partir, vimos um cavaleiro a aproximar-se ao longe enquanto atrás dele o sol se punha.

Esse cavaleiro revelou-se ser o nosso actual companheiro Viktor, um soldado Karrnathi reanimado. Ele disse que a nossa missão coincidia com a dele, e perguntou se tinhamos alguma objecção em ele se juntar a nós. Concordámos prontamente com a ajuda de mais uma lâmina em combate. Afinal não sabiamos ainda o que iriamos enfrentar. Com o sol já quase a desaparecer no horizonte penetrámos então na floresta, enquanto a caravana partia para Flamekeep com o nosso prisioneiro, e um relatório daquilo que tinhamos descoberto até então."