quinta-feira, 28 de maio de 2009

O ‘Tá Quinas recomenda... Lone Wolf

Olá, caros Quinados!

Venho hoje falar-vos da série de livros Lone Wolf e do site Project Aon!

Para melhor entenderem de que tipo de livros esta série trata, vou mencionar uma outra série de livros conhecida em Portugal por Aventuras Fantásticas (ou Fighting Fantasy no original) que muitos de vocês já ouviram falar ou até já leram! O que estas séries têm de diferente de outros livros de fantasy ou sci-fi é que o leitor controla as acções do personagem principal, um mini rpg se quiserem!

E como um livro consegue isto? A estória está dividida por parágrafos numerados que quando lidos na ordem numérica não fazem sentido narrativo. Começamos a estória no primeiro parágrafo, mas no final deste, conforme a opção que escolhermos, somos enviados para a entrada x, y ou z, e nestas entradas são nos dadas mais opções que por sua vez nos mandam para outros parágrafos e por aí em diante! Juntando a isto a estatísticas do herói, equipamento e loot de monstros e combates, temos um completo rpg lite! Quando há semanas em que os nossos grupos habituais de rpg não se conseguem reunir, estes livros são uma óptima forma para não nos ficarmos a coçar durante duas semanas com falta de jogo!

Lone Wolf

A série Lone Wolf é menos conhecida cá por terras lusas, mas aprofunda ainda mais este mergulho dentro da ideia de rpg, pois os livros desta série são sequenciados! O personagem principal é o mesmo e quando passamos de livro para livro podemos manter as nossas estatísticas, equipamento, ouro e disciplinas, além de, é claro, o personagem evoluir! As estórias estão bastante ligadas, de forma que parece que cada livro que lemos é um episódio de uma série de tv, por vezes com cliffhangers e tudo!

E de que fala esta série?

Nesta série começamos como aprendizes da ordem monástica Kai, uma ordem de guardiões do reino Sommerlund, capazes de feitos sobrenaturais chamadas disciplinas, das quais temos como exemplo telequinese, ataques mentais, percepção extra-sensorial, rápida regeneração, entre outras (não assim tão diferentes dos cavaleiros jedi)! E a estória começa com a invasão do reino e destruição do mosteiro dos Kai, ataque do qual somos o único sobrevivente! Começa então o primeiro episódio desta série onde precisamos viajar até à capital do reino para avisarmos o concelho real e mobilizarmos os exércitos para defesa do território! E é ao longo desta viagem que começamos a ser conhecido como o último Kai Lord e o Lobo Solitário!

O site Project Aon

A série Lone Wolf esteve out of print durante cerca de uma década e durante essa fase este site começou a colocar em formato digital as estórias e ilustrações dos livros para que ficassem disponíveis para as novas gerações on-line. Atenção, preocupados cidadãos, não se trata de pirataria, nem nós no ‘Tá Quinas suportamos tal vilania! O autor das séries Lone Wolf, Joe Dever, deu permissão à equipa do site Project Aon para lançar as suas obras no formato e-books.

O site é bastante profissional no seu trabalho, adicionando erratas e notas de editor onde são necessárias e também disponibilizam um simples software de ficha de personagem para marcarmos os nossos pontos de vida, perícia de combate, disciplinas Kai, equipamento e ouro e um simulador de dados para resolver os combates. E como as passagens dos livros têm hyperlinks não precisamos folhear o livro à procura do parágrafo certo, basta clicarmos na opção pretendida! O que também facilita naquelas alturas em que fazemos escolhas erradas e o nosso herói termina como comida para zombies, basta clicar retroceder e não chegar a entrar no túmulo abandonado!

Para me despedir, deixo a discussão:

Estes livros farão sentido actualmente, com a qualidade visual e complexidade que jogos de vídeo conseguem alcançar nos dias de hoje? Acham que são uma possibilidade para introduzir novos jogadores ao rpg de mesa? Ou estarão tão ultrapassados que só servem para apanhar pó nas prateleiras mais escondidas dos coleccionadores nerd?

Fiquem bem e joguem muito!

6 comentários:

  1. Os livros parecem interessantes e relembraram-me realmente dos tempos em que lia/jogava Aventuras Fantásticas.
    O problema desses livros é que não têm um motor de marketing muito poderoso por detrás deles e isso é meio caminho andado hoje em dia no que diz respeito a um target pré-adolescente( refiro este target pois foi nessa altura que manifestei interesse nesses livros).
    Há também assim um problema cultural na juventude de hoje que se agarra a "trends" como o Harry Potter e o Twilight, por serem fenónomos de massas,ignorando outras obras de valor ou que ofereçam experiências diferentes.
    Se juntarmos a isso as experiências online de jogos como World of Warcraft e afins,que oferecem visuais mais vistosos e que se inserem numa indústria que divulga amplamente os seus produtos ( há lobbys e produtoras com campanhas publicitárias muito agressivas), é evidente que se torna difícil a sobrevivência de títulos como Lone Wolf. Para além disso dá muito trabalho pegar no lápis para escrever stats e dá muito trabalho também fazer contas para ver os pontos de vida,lol. Estou a brincar, mas a verdade é que no computador os jogadores têm menos trabalho, e isso numa sociedade um pouco mais aversa a esforços intelectuais...

    O que não quer dizer que os livros não sejam relevantes.

    Estas obras desenvolvem um enfoque na história que para já ainda não vi em nenhum rpg online (qunto muito nos rpg´s offline como nos Final Fantasy e nos Star Wars-KOTOR que tanto estimo :D ) o que por si só justifica o seu investimento.
    É preciso contudo haver uma operação de charme por parte do mundo editorial e chegar-se à frente com ideias novas de promoção. Lembro-me por exemplo de quando a série Arrepios saiu em Portugal, ofereciam o 1º volume nas escolas a toda a gente.
    E a verdade é que os outros volumes saíam a voar das prateleiras (eu cheguei a compram praí uns 3 livros daquilo... Hey!Eu tinha apenas 10 anos, malta...parem de rir...), a série foi um sucesso, deu origem até a uma série de TV e Hollywood pondera um filme.

    Porra, este comentário ficou grande pa c@r@lho.

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  2. Desculpem lá vos desapontar...
    mas para mim só existe um LONE WOLF. É o samurai japonês e mais nenhum :P

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  3. Realmente parece-me uma muito boa ideia esse site da Project Aon para manter acessível ao público essa colecção.

    Quanto à colecção Fighting Fantasy posso assegurar que foi graças a esses livros (dos quais tenho uma série deles em português) que tomei contacto com o roleplay e com Dungeons and Dragons, por isso acho que tiveram bastante importância na altura.

    Mas tenho de admitir que hoje em dia para cativar novos jogadores de RPG será mais fácil procurar por aqueles "novos nerds" que habitam os mundos dos MMORPGs. Acho que com o advento destes jogos e as novas capacidades técnicas dos computadores e acessibilidade que os jovens agora têm a estes jogos, fica um pouco "fora de moda" os jogos como o Fighting Fantasy que não passam de "livros com figuras", isto claro visto pelo prisma dos "novos nerds".

    Concordo com os comentários do Darth Gostoso e, apesar de ser triste, os miúdos de hoje em dia já não crescem nos 80's e "early 90's" e muita coisa mudou desde então... apesar dos membros deste blog terem crescido naquilo que eu posso chamar de uma geração de cross-over entre a geração dos nossos pais e a dos miúdos de hoje em dia, porque apanhámos um pouco dos dois mundos. Ainda jogávamos coisas como os livros de Fighting Fantasy mas também começámos a experimentar os primeiros RPGs em formato digital, acho que vistas as coisas a nossa geração acabou beneficiada porque sente-se em casa nos dois meios, apesar de pessoalmente eu sempre ter preferido o "pencil and paper".

    Como nota final, depois de ver o site oficial de Fighting Fantasy fiquei surpreso e contente também da série ainda estar em print e de mesmo agora andarem a serem publicados novos títulos da colecção.

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  4. Não gosto de ser derrotista, mas acho que pelo menos em Portugal, estes livros passaram de moda.

    Lembro-me de jogar isto quando era mais novo porque, durante a minha infância e uma parte da adolescência, eles tiveram um sucesso relativo entre os meus pares. Isto deve-se de certa forma à campanha de marketing dos livros dos "Arrepios" que eram no mesmo género mas com narrativas mais voltadas para o terror.

    O problema hoje em dia, é que é muito raro ver-se pessoal mais novo com gosto pela leitura, seja ela de que género for. A maioria dos jovens em Portugal, lêem livros depois de serem feitas adaptações para cinema, e quando lêem.

    Concordo com o PF quando ele diz que a nossa geração foi privilegiada por ter tido acesso aos dois tipos de rpg, tanto digitais como de "pencil and papaer". Hoje em dia o pessoal aprende primeiro o que é um mmorpg, depois o que é um rpg, e a maior parte das vezes só por acaso, o que é um rpg de "pencil and paper".

    Custa-me admiti-lo mas é verdade, hoje em dia estes livros não servem para cativar gente para jogar rpg. Eles servem para pessoas que já jogam rpg, se divertirem.

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  5. Infelizmente em Portugal os livros-jogos desapareceram mesmo de circulação, ainda existem à venda os nossos amigos verdinhos das Aventuras Fantásticas mas há muito tempo que não é publicado um novo em português, quem quer a colecção completa só mesmo indo comprar em inglês (aconselho a ebay).
    O nosso amigo Lone Wolf já o conhecia, adorava os livros devido ao modo como as coisas passavam de livro para livro, e a tua personagem evoluia (qual personagem de D&D ;) ).
    Também tive pena que em Portugal não fossem editados todos os livros da colecção :(
    Alguém se lembra dos livros jogos editados pela TSR? Por exemplo num deles eramos um certo Rastlin a fazer o teste numa torre de magia....

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  6. Ainda me lembro desses da TSR. Alias estou agora com um deles na mão. Chama-se "A Cidade Desaparecida" e faz parte da colecção "Aventura sem fim". Mas os da TSR não eram tão fixes como as Aventuras Fantásticas...

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